quarta-feira, janeiro 26, 2005

AI PORTUGAL, PORTUGAL

Era uma vez eu numa ida ao médico num hospital público. Estava agendado para último. Aguardava então a minha vez junto à porta do consultório quando me apercebi da presença, nas imediações, de uma jovem bem parecida, sentada, e de um individuo que aparentava ter perto de 40 anos, de pé. Ambos se encontravam razoavelmente bem trajados. Ela de calças e casaco castanho claro ( com florzinhas) e botas igulamente castanho claras ( também apresentavam umas florzinhas plásticas incrustadas). Ele apresentava-se vestido com um belo fato cinzento ( Armani ou Maconde, não deu para perceber bem). Tirei-lhes logo a pinta : pertenciam, sem dúvida, a essa espécie famigerada que prolifera entre nós que são os DELEGADOS DE INFORMAÇÃO MÉDICA.
Ela limitava-se a aguardar, enquanto que ele falava ao telemovel, talvez para facilitar a espera. Terminada a chamada ele, virando-se para ela, diz:
- Então, ANA, como está?
Ao que ela responde:
-Não é ANA, é PAULA.
- Ah PAULA, PAULINHA, é verdade, então como é que está a PAULINHA?
- Eu estou bem obrigado.
Nisto, toca o telemovel dele. Ele atende e conversa com o seu interlucotor distante durante alguns momento, enquanto ela volta simplesmente a estar à espera. Terminada a chamada ele vira-se para a ANA que afinal se chama PAULA e diz:
- Então PAULINHA, como estão os seus MENINOS?
Ao que ela responde:
- Não são MENINOS, são MENINAS. Já tém DOZE e NOVE, vão fazer TREZE e DEZ.
Eu, enquanto narrador, espero que, pelo menos, seja respectivamente. Ela não se pronunciou acerca disso.
Entretanto surgiu mais uma representante dessa nova classe que, percebi depois, era colega dele. Conversam os dois até que ele se vira para a ANA que afinal se chama PAULA e diz:
- Já sei o que vou fazer, vou até ali fora fumar um cigarrinho, É SERVIDA?
- Não Obrigada, vou ficar aqui à espera do Dr.
FODA-SE DIGO EU

1 comentário:

NachtEldar disse...

Sr. Flau:

Verifico que continua com dores no anús. Decerto, não seguiu o meu conselho...
Conatato que o evento relatado por Hall não o sensilbilizou. É pena, porquanto a sua formação específica deveria instá-lo a escrever algumas linhas sobre os aberrantes pressupostos a ele subjacentes. Que vazio de argumentos...
Resta desejar-lhe continuação dessa reles existência, que tanto nos diverte.