quarta-feira, outubro 05, 2005

FELIZ(MENTE)

Quanto a vocês eu não sei, mas eu, por vezes, questiono-me acerca de coisas que me vão surgindo do esconderijo onde se encontravam para me atormentar com exestencialidades que, assumo, provavelmente não me levam a lado nenhum. Mas, afinal, quantos de nós sabemos na realidade para onde vamos? Bem, mariquices à parte, vamos ao que, por ora, interessa, que afinal é para isso que aqui não estamos.
Como já devem ter percebido, o assunto hoje está relacionado com algo que, como muitas outras coisas, está de tal forma incrustado no quotidiano que nem sequer nos lembramos de questionar. Devo dizer que é algo que já me atormenta há algum tempo, mas que só hoje me decidi a sobre ele derramar algum do meu verbo.
Eu, normalmente, sou Ateu. Pronto, anormalmente também. Um parêntesis, a questão do Ateísmo será abordada numa outra altura que eu agora não tenho tempo. Dizia eu que, normal e anormalmente, sou Ateu, agora, não deixo de sofrer influências e condicionamentos da minha envolvente socio-cultural. Nem é preciso ir muito longe para perceber isso, basta ver o nome das terrinhas que, (in)(feliz)(mente), proliferam pelo nosso país. Eu cá nem abuso da distância: São Miguel de Machede; Nossa Senhora de (irra que é demais) Machede; São Bartolomeu do Outeiro; São Braz do Regedouro; Graça do Divôr; São Pedro da Gafanhoeira; São Sebastião da Giesteira; Igrejinha; São Pedro do Corval; São Marcos do Campo; Boa-Fé; São Brissos, etc... Não vale a pena fazer uma exposição exaustiva, porque considero serem suficientes os nomes aqui apresentados para cumprirem os propósitos com que o fiz.
Assim, assumo, sou um Ateu de influência cristã, podia ser um Ateu de influência islâmica, budista ou até, quem sabe, um ateu monopandeístapagão, mas não, sou um ateu de influência cristã. Seja lá isso o que for, sou e pronto, não se fala mais nisso. Agora, não esperem que aceite tudo com base na existência de um conjunto de premissas que outros optam (ou preferem) assumir como certas, válidas e, pior ainda, inquestionáveis.
Desta forma, causa-me alguma estranheza que aqueles que se afirmam crentes, católicos, cristãos, exerçam a sua devoção, entre outras coisas, sobre um instrumento de tortura. Sim, é dela mesmo que estou a falar, A CRUZ. A mim parece-me tão estranho como concerteza vos pareceria a vós, se agora tivessemos os comunistas a adorar a bala que matou Catarina Eufémia, ou até mesmo algum manifestante anti globalização, depois de violentamente espancado, a dizer ao policia: "por favor, dê-me o seu cacetete, para que eu possa pendurá-lo na parede da chafarica onde habito, e onde eu e os meus colegas lhe possamos prestar devoção. Por favor sr. Guarda não seja mau, bata-me com os cornos na parede à vontade, mas, por favor, dê-me o seu lindo instrumento de punição." Eu até já ouvi dizer que em Hiroshima não há janponês que se preze que não tenha em casa a sua réplica, em miniatura, da Bomba Atómica.
Bom, mas nem tudo é mau. Imaginem vocês, que se cristo, ao invés de ter sido condenado à morte por crucificação, tivesse sido condenado a morrer por SODOMÍA às mãos de um qualquer rei mago mais a dar para o escuro, o que é que mil e quinhentos milhões de pessoas em todo o mundo transportariam ao pescoço.
Até vos digo mais, ficaria lindo em qualquer igreja...
(Mente)(Feliz)
Cuidadinho com as dores na cervical

3 comentários:

Anónimo disse...

sr hall,o que eu penso é que o sr. é um católico envergonhado!

EM ROID HALL disse...

Sr.(sr.ª) anónimo(a) do comentário acima,

eu penso que deixei bem clara qual a minha posição sobre a questão religiosa. Assumi até que o aprofundamento da problemática do ateísmo ficaria para outra ocasião que não esta. Agora, chamar-me católico envergonhado?!?!?. Ainda para mais quando se acoberta sob a cobardia do véu do anonimato. Acredito até, que será V/Exa tão insignificante que se ousasse vir a terreiro expondo a sua verdadeira identidade, ninguém daria valor àquilo que pensa

Faça-me um favor, assuma-se. A não ser que ande a sofrer de crises de identidade, então, se for esse o caso, olhe, azarinho. Pode ser que afinal não doa...

Anónimo disse...

"Pode ser que afinal não doa..."

Não seria mais correcto afirmar "Não doeu?"

Um simple exercicio inquestionável:

Agua - Agua
Amor - Amor
Lua - Lua
Lisboa - Lisboa
Chulo - Padre
Sol - Sol
Calor - Calor

Bandido Original (esqueci-me da password)